O Diabo é Meu Sócio (Stanley Donen, 1967)

Enquanto via Bedazzled, ficava me perguntando: “Qual dos dois é mais engraçado? Peter Cook ou Dudley Moore?”. Ambos, também roteiristas do filme, são hilários. O primeiro interpretando o próprio diabo sob o pseudônimo de George Spiggott. O outro, Stanley Moon, um fracassado cozinheiro de uma lanchonete apaixonado pela sua colega de profissão Margaret (Eleanor Bron) – por ser extremamente tímido, só ouve a musa se dirigir a ele para encomendar os pedidos da clientela.

No começo do filme, o herói tenta o suicídio, mas inclusive nisso fracassa – neste momento, surge o  diabo para oferecer-lhe um contrato: sua alma por sete pedidos. Claro, negociar com o coisa ruim não é lá muito recomendável: constantemente Stanley se vê frustrado porque os pedidos que faz, todos envolvendo a conquista da amada, não são, na prática, como gostaria que fosse, afinal de contas, o diabo sempre assume uma interpretação maliciosa para sacanear com o “amigo” – parece que a única maneira de se dar bem é formular o desejo da forma mais minuciosa possível, sem se esquecer de nenhum detalhezinho, para não abrir margens a essas trapaças.

Mas, importante ressaltar, surge um certo vínculo verdadeiro – dentro das possibilidades que o caráter de George Spiggott permitem, evidentemente – de amizade entre os dois, primeiro porque o diabo acabou se tornando o primeiro parceiro de Stanley; segundo, porque aquele sente até certa compaixão por este – até que ponto, saberemos apenas no desfecho do filme. Bedazzled tem um argumento simples, como a maior parte das melhores comédias, e nesse sentido é um filme que pode ser chamado de puro: são os diálogos e a performance dos atores que mais importam.

Tratando-se de uma obra dirigida e produzida por Stanley Donen, impossível não reconhecer a leveza, digna de um verdadeiro profissional, com que as situações são construídas, sem se esquecer do jogo de brincadeiras que lembra Howard Hawks em O esporte favorito dos homens. Donen foi um dos grandes diretores de comédia, e sem ele talvez o filme tivesse saído dos eixos, mas Bedazzled é mesmo da dupla Cook-Moore, sem se esquecer da participação de Raquel Welch, que bem poderia ser uma das encarnações do diabo.

E quais são as palavrinhas mágicas? Julie Andrews!

Grandes filmes de verão #3

Mulheres bonitas, praias, piscinas, pôker, bares, cruzeiros, viagens em trens, essas coisas.

Crown, o Magnífico (The Thomas Crown Affair, 1968)
A Princesa e o Plebeu (Roman Holiday, 1953)
Boogie Nights - Prazer Sem Limites (Boogie Nights, 1997)
O Pecado Mora ao Lado (The Seven Year Itch, 1955)
Era Uma Vez no Oeste (C'era una Volta il West, 1968)
Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, 1981)
Charada (Charade, 1963)

Grandes filmes de verão #2

Mulheres bonitas, praias, piscinas, pôker, bares, cruzeiros, viagens em trens, essas coisas.

Intriga Internacional (North by Northwest, 1959)
007 - Cassino Royale (Casino Royale, 2006)
Hatari! (Hatari!, 1962)
Sonhos Eróticos de Uma Noite de Verão (A Midsummer Night's Sex Comedy, 1982)
Essa Pequena é uma Parada (What's Up, Doc?, 1972)
O Desprezo (Le Mépris, 1963)
Um Caminho Para Dois (Two For the Road, 1967)